Seguimos de Recife em direção à próxima capital nordestina: João Pessoa, na Paraíba. Pouco explorada pelo turismo, não tínhamos muitas referências do que ver e expectativas do que encontrar ali. Do pouco que lemos, muito se falava das praias do litoral sul do estado e, como era já nosso caminho até a capital, paramos para conhecer o sul.

Nos instalamos em Jacumã, pequena vila da cidade de Conde, com algumas opções de hospedagem e poucos bares e restaurantes, mas ok pois era apenas a porta de entrada para conhecermos o estado. No dia seguinte saímos cedo para conhecer as praias como a do Amor, que possui um pequeno arco de pedras onde, segundo lenda local, o casal que passar pelo arco de mãos dadas sela o amor eterno. Bom, lenda ou não, nós passamos de mãos dadas ali…hehehe. Seguindo pela praia de Jacumã, mas para o lado contrário do arco de pedra, há formações de falésias. As praias dali são bonitas, mas nada muito espetacular, de águas mais escuras do que em Pernambuco, por exemplo. Falta estrutura para turista, barracas, restaurantes, etc., e infelizmente tinha muito lixo pelas areias.

Praia do Amor, Conde – PB, by Luciana de Paula, 2016

Mas isso não nos desanimou a seguir mais para o sul para conhecer a Praia de Coqueirinhos. A mais indicada pelos moradores do estado e considerada uma das mais bonitas por eles. Assim que chegar nessa praia há duas opções. Uma é passar direto pelo primeiro estacionamento e seguir seguir por cerca de 1,5 km à direita por uma estradinha de terra e areia até chegar no Restaurante Canyon de Coqueirinho, que possui ótima estrutura e vista da praia. Ao lado desse bar é a entrada para uma paisagem que nos surpreendeu. Paredões formam cânions coloridos, são interessantes formações esculpidas pelo vento que deixam para traz pedras apoiadas em pequenas agulhas de areia.

Cânions de Coqueirinhos, Conde – PB, by Luciana de Paula, 2016

Já lá no inicio de Coqueirinhos, há também uma opção de trilha que leva a uma pequena praia de águas calmas. Ali descobrimos o motivo do lugar ser o preferido dos paraibanos. Mas atenção, pela extensão da praia ser pequena, dizem que em finais de semana e feriados fica lotadíssima. Um pouco antes de chegar a praia, uns 500 metros, tem uma entrada para um mirante incrível da praia de Coqueirinhos.

Praia de Coqueirinhos, Conde – PB, by Luciana de Paula, 2016

Chegamos no início da tarde à capital João Pessoa, Jampa para os mais chegados, e fomos em busca de lugar para dormir. Passamos por diferentes pousadas e as boas eram muito caras e, as em conta muito ruins. Até o momento foi a capital mais complicada para achar um bom custo benefício de hospedagem. Depois de horas procurando encontramos algo razoável e nos instalamos. Era perto do “mercado de artesanato” e da orla, o que ajudou muito na locomoção para ir aos restaurantes e bares.

Praia de Tambaú, João Pessoa – PB, by Luciana de Paula, 2016

Me desculpem a sinceridade, mas Jampa não tem praias muito bonitas, ainda mais para quem acabou de vir da vizinha Pernambuco. Então fomos em busca de outros atrativos para valer a visita. Seguimos sentido sul da cidade e conhecemos a Estação Cabo Branco de Ciências, Cultura e Artes, arquitetura de Oscar Niemeyer, e por sorte havia uma exposição incrível de fotografias da África, daquelas que encantam e marcam ao mesmo tempo.

Estação Cabo Branco de Ciências, Cultura e Artes, João Pessoa – PB, by Luciana de Paula, 2016

Do museu seguimos mais um pouco e fomos até a Ponta do Seixas, uma pequena praia que é considerada o Extremo Oriental das Américas, é o local mais a leste das Américas. A praia é pequena, sem muitos atrativos, mas disseram que em época de maré baixa dali saem barcos para as piscinas naturais da cidade. Infelizmente estávamos na maré alta, e não pudemos fazer o passeio.

Bolero de Ravel, Praia do Jacaré, Cabedelo – PB, by Luciana de Paula, 2016

Um pouco mais afastado, cerca de 25 km de João Pessoa, na praia do Jacaré, na verdade praia de rio, há uma inusitada forma de se apreciar o pôr do sol. Os visitantes vão até a beirinha do rio Paraíba, alguns fazem o passeio de barco oferecido ali, e enquanto o sol vai se despedindo o músico Jurandir do Sax, num pequeno barquinho, navega pelas águas tocando o bolero de Ravel em seu sax. Algo realmente diferente e bonito que vale a pena ser apreciado.

Super dicas:

– Onde ir: Se for à Jampa três lugares que consideramos que valem a visita são: Estação Cabo Branco de Ciências, Cultura e Artes e o pôr do sol na Praia do Jacaré. A praia de Coqueirinhos também merece uma visita, passeios de buggy saem de João Pessoa.